sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Ideia: Desenhos de Edifícios à Escala Real Feitos num Parque de Estacionamento

 
[Cortesia do gabinete de arquitetura Vardehaugen]
Ajudar a visualizar é uma arte por mérito próprio. Quem já teve nas mãos os desenhos de um projeto (de uma casa, de uma bicicleta ou de uma qualquer peça industrial) sabe o esforço que é necessário para se projetar no futuro e ver como se irá parecer o objeto final. Mas se por um lado o autor de um projeto já tem uma certa predisposição para imaginar como será (afinal o projeto pode ser fruto da sua imaginação), por outro lado transmitir uma tal imagem a outra pessoa – um cliente por exemplo – então a questão muda de figura.

Para o gabinete de arquitetura Vardehaugen, sediado em Oslo, Noruega, a solução é um tanto simples. Esta equipa de arquitetos recorre a um método elementar e low tech para visualizar e simular a fruição dos espaços que projeta, utilizando giz e fita adesiva para desenhar à escala real no chão do parque de estacionamento os futuros edifícios.

[Cortesia do gabinete de arquitetura Vardehaugen]

[Cortesia do gabinete de arquitetura Vardehaugen]


Com efeito, para qualquer arquiteto, a capacidade de visualizar o que ainda não está construído é uma parte importante do seu ofício, tanto para avaliar como para experimentar e comunicar soluções. Porém, a dificuldade reside em transmitir a sensação de escala e tamanho dos espaços projetados através das convencionais técnicas de visualização 3D (sejam elas renderizações digitais ou maquetes à escala). Para ultrapassar esse obstáculo - ou pelo menos minimizá-lo - a Vardehaugen, numa apresentação escrita do seu processo de trabalho, diz que ”[realizamos] desenhos à escala real no nosso pátio para assegurar um maior entendimento do tamanho e das proporções nos nossos projetos. Isto permite-nos dar um simples passeio através dos nossos projetos e tomar o sentido das dimensões e sequências espaciais mesmo antes de serem construídos”.

[Cortesia do gabinete de arquitetura Vardehaugen]

[Cortesia do gabinete de arquitetura Vardehaugen]

“O corpo é o conduto da arquitetura” escreveu o arquiteto visionário Neil Spiller (previamente). Por isso, a arquitetura é algo que se relaciona intimamente com a nossa experiência corporal. E é essa experiência, com a sensação de espaço e de proporção, de tamanho e de escala, que abre a porta às possibilidades arquiteturais.

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